domingo, 28 de novembro de 2010

“O Rio de Janeiro Continua Lindo…”

Um dia acordei e decidi que era hora de voltar. Nem tão simples, nem tão rápido, claro. Mas a hora havia chegado. Larguei a tal estabilidade profissional, fechei apartamento, deixei os móveis como estavam e voltei pra São Paulo como quem volta pra segurança de casa. Mais uma vez, desci do salto ao perceber que rupturas não fazem apenas parte das relações humanas. São parte de qualquer relação de amor. E eu amo esse tal de Rio de Janeiro...  

Sim, eu impliquei com o comportamento padrão do carioca (e com o calor e com a precariedade de serviços e com um monte de coisas...). Sim, eu saí mais cedo do trabalho, em função de tiroteios anunciados. Sim, eu vi amigos assistirem aulas, com mira-laser no rosto. Vi uma “menina” entrar de vez na vida adulta. Vi muita coisa, mas nada se compara ao que assisto agora. 

Diante do espetáculo, além da impaciência pelo óbvio, penso no Rio que não se exibe para a mídia (novela conta?). Penso naquele que me conquistou porque tudo é pertinho, embora todos digam o contrário...naquele que tem loja de suco e não padaria...na cidade em que engarrafamento chega a ser agradável, só de olhar pela janela. Onde, como diz a linda amiga-irmã Fernanda Neder Martinez, existe horizonte... 

Não tapo o sol com a peneira, sou amante que conhece e reconhece a imperfeição, mas nem por isso diminuo a esperança de que tudo se encaminhe pra bem. Apesar dos pesares, consigo olhar pra tudo reafirmando meu pacto de amor. E, de longe, recorro ao Tom pra confortar minha impotência...”Minha alma canta...vejo o Rio de Janeiro...Estou morrendo de saudade...Rio, teu mar, praias sem fim...Rio, você que foi feito pra mim...”

Um comentário:

  1. Os amores são imperfeitos. O bom é quando eles se tornam lembrança de um passado saudoso e melancólico que nem Maneco daria conta de traduzir. E é impossível não se apaixonar por essa cidade.

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