segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Sou Feia, mas Tô na Moda..."

Então...
Então os zumbis são os novos vampiros “fofura” que, por sua vez, chegaram pra substituir os bruxinhos de Hogwarts....

The Walking dead trailer from fais on Vimeo.
Então o twitter chegou pra concorrer com o facebook , que “acabou” com o orkut que não terminou com ninguém porque foi o primeiro a ser tomado por "brasileiros...zumbis".
Então, o “Restart” surgiu depois da “Cine”, que veio na rabeira da “New Wave”, achando que tava reinventado o “Emo”...humm...
Então não foram as séries e a tv por assinatura, que tomaram o lugar das novelas que exterminaram o rádio-teatro...
Então o DVD (e agora, o Blue-Ray) não matou o cinema, que não matou a literatura...
Então a “nova ortografia” enriqueceu alguns, é verdade, mas não impediu que mais e mais pessoas continuassem a "tc do mesmo jeito, já q dá mto trab tc a palavra td... :)" 
Então, não somos “nós” que alimentamos essa substituição feroz por nichos de consumo monetários e ideológicos...
Não somos “nós” que rimos, sem auto-crítica, sendo tão partidários do “agora” quanto um candidato que não queremos no poder.
Ah, e também não somos “nós” os filhos de Macunaíma, tão famintos da fuga da mesmice, tão medrosos do espaço e das reticências, tão esperançosos de uma nova onda "in" que nos impeça de perder tempo...pensando.
Não. Não somos “nós”...
"The Walking Dead" é incrível, mas só existe porque já houve um certo George Romero...mas, talvez isso já não importe mais...
Ser zumbi não é difícil. Complicado é perceber.
E o "discurso" de abertura de "Trainspotting" que não me sai da cabeça, hein?
Então tá, então...

Trainspotting beginning from mariel arnaiz on Vimeo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Those Schoolgirl Days, of Telling Tales and Biting Nails are Gone...”

Durante esta semana, pensei muito num amigo amado e querido que costumava dizer a seguinte máxima: “Não posso parar, porque se eu paro eu penso e se eu penso, eu choro”. Pois é...ele dizia...a gente ria... e eu seguia procurando equilibrar bem os tais tempos de “parada” com os instintos hibernantes à procura de palco e espectador.
Devo dizer que normalmente a “disputa” era desigual e o “racional” costumava vencer. Às vezes com o nome de “maturidade” e “sensatez”, outras como “controle”, “auto-proteção” e “cobrança”.
Há alguns anos atrás, quando as definições importavam mais do que deveriam, esse mesmo amigo dizia não ser possível determinar o que dizem sobre você, que "pintinho na merda não pia" e que “A” felicidade não existe. Ele subvertia o sentido das palavras, subvertendo também minha capacidade de encontrar conforto pra pensar, agir e ser eu mesma.



Nesta semana, comecei também a quinta temporada de Dexter e me dei conta, mais uma vez, do que me faz amar tanto a série. É esse diálogo constante entre o que se é e o que se deveria ser. Dexter não é só o psicopata em busca da próxima vítima. Ele é o ser humano cheio de incertezas, mas consciente do bem e do mal que representa. É o tradutor do “desconforto” que existe em cada um e em todos. É o pensamento em voz alta (viva o inventor do off!) espreitando cada passo como um codificador de emoção.
Dexter adora parar pra pensar. Ele também sabe o que é estar na "merda" e entende que a distância entre felicidade e desespero se chama: momento. Assim como o meu amigo, que nada tem de psicopata (que eu saiba!) e é um pensador dos bons (isso eu sei!), entende que a vida é feita de escolhas e consequências. E que tudo demanda intensidade pra ter a devida relevância. 
SWAY Studio Contributes to New Trailer for Showtime's "Dexter" from Hype Communications on Vimeo.
Eu, por exemplo, "escolhi" voltar do Rio pra Sampa e uma das consequências foi ficar fisicamente “longe” dele e das conversas sobre "Dexter", "Proust" ou a vida em geral. Mas, sem medo de parecer boba, declaro publicamente que guardo bem todas as lições. Ô inveja destes seus alunos novos...Feliz "dia do professor” atrasado, querido “G”!

domingo, 3 de outubro de 2010

"Vai Ficar Legal, Pagode na Cohab, no Maior Astral..."

Em 1999, Tracy Flick, também conhecida como Reese Whiterspoon, lutava com unhas, dentes e nenhum senso de ética, pela presidência do conselho estudantil. O filme era "A Eleição" e, sem medo algum da obviedade, me utilizo dele para falar da tal “festa da democracia” que todos vivemos neste dia 3.
No roteiro de Alexander Payne, Tracy é a aluna exemplar que, sem escrúpulos, tenta exterminar moralmente toda forma de vida que possa atrapalhar sua escalada ao “poder”, principalmente se vier do professor vivido por Mathew Broderick.

Tracy não é só a garotinha linda e ambiciosa concorrendo a um cargo sem importância. Ela é a essência caricaturada de um processo que se diz tão democrático, mas que na verdade, falando em Brasil, se mostra tão charge de si mesmo. Os defeitos, os problemas e as qualidades são mostrados com lentes de aumento em todos os meios mas, infelizmente, só uma parte da população parece realmente (querer) enxergar.
Nada de proclamar a prepotência de quem vê além, não tenho bola de cristal, nem vidência, mas tenho opinião e fico bem triste em ver que a hipocrisia deste populismo "xinfrim" continua e continuará a “roubar” consensualmete tanto da dignidade humana do meu país.
Na celebração da democracia, todos são obrigados a votar. Nesta comemoração da civilidade, muitos estão compromissados com a perpetuação do comodismo. Neste dia de cidade limpa, boca de urna extinta e eleitores sóbrios, a maioria, segundo as pesquisas, vota para presidente, numa mulher que nunca foi eleita para um cargo público, num ex-cantor que deve transformar a data da ata no senado num “dia de princesa” e num “abestalhado” que só vai descobrir o que é ser deputado federal quando sentar na cadeira de um.
Eu sei...isso não deveria me surpreender, mas surpreende porque enquanto alguns ousam chamar isso de voto de protesto, eu chamo de ignorância e desleixo.
Assim como na eleição do filme, na vida real brasileira o que conta mais são valores como aparência, popularidade, demagogia e tiração de sarro com as instituições públicas.
O que a maioria que tem poder eletivo não quer ver, é que neste enredo não é o Tiririca que vai rir da cara da câmara dos deputados. Nesta história, infelizmente, nós é que seremos os palhaços.
O bom do filme é que, independente da ironia do final, ele dura apenas umas duas horas. E na boa, quatro anos é tempo demais.