domingo, 28 de novembro de 2010

“O Rio de Janeiro Continua Lindo…”

Um dia acordei e decidi que era hora de voltar. Nem tão simples, nem tão rápido, claro. Mas a hora havia chegado. Larguei a tal estabilidade profissional, fechei apartamento, deixei os móveis como estavam e voltei pra São Paulo como quem volta pra segurança de casa. Mais uma vez, desci do salto ao perceber que rupturas não fazem apenas parte das relações humanas. São parte de qualquer relação de amor. E eu amo esse tal de Rio de Janeiro...  

Sim, eu impliquei com o comportamento padrão do carioca (e com o calor e com a precariedade de serviços e com um monte de coisas...). Sim, eu saí mais cedo do trabalho, em função de tiroteios anunciados. Sim, eu vi amigos assistirem aulas, com mira-laser no rosto. Vi uma “menina” entrar de vez na vida adulta. Vi muita coisa, mas nada se compara ao que assisto agora. 

Diante do espetáculo, além da impaciência pelo óbvio, penso no Rio que não se exibe para a mídia (novela conta?). Penso naquele que me conquistou porque tudo é pertinho, embora todos digam o contrário...naquele que tem loja de suco e não padaria...na cidade em que engarrafamento chega a ser agradável, só de olhar pela janela. Onde, como diz a linda amiga-irmã Fernanda Neder Martinez, existe horizonte... 

Não tapo o sol com a peneira, sou amante que conhece e reconhece a imperfeição, mas nem por isso diminuo a esperança de que tudo se encaminhe pra bem. Apesar dos pesares, consigo olhar pra tudo reafirmando meu pacto de amor. E, de longe, recorro ao Tom pra confortar minha impotência...”Minha alma canta...vejo o Rio de Janeiro...Estou morrendo de saudade...Rio, teu mar, praias sem fim...Rio, você que foi feito pra mim...”

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"If You Believe They Put the Man on the Moon..."

Você já deve ter ouvido falar sobre as diversas teorias que comprovam que o homem jamais pisou na lua. Existem outras sobre e existência de um suposto substituto do Paul McCartney que teria morrido num acidente em 1966. Há quem diga, até, que a princesa Diana foi assassinada....

Independente de crenças, não deixa de ser interessante pensar nesta necessidade que muitos tem de desafiar o (auto) senso estabelecido. “Arquivo X” fez o favor de ensinar minha geração a desconfiar de tudo, mas digo do alto de minha maturidade “loading”, que encontrar a tecla seletora que faz um ser humano acreditar ou não, é das coisas mais complexas que existem...Falo de um nicho específico de “audiência”, é claro. Há quem, simplesmente, não intua ter escolha. Há quem não tenha vontade. Há quem desista no meio do caminho. E há quem objetive ser irredutível, independente de tudo. 

Não sei se você é partidário de alguma destas vertentes. De todas, a que mais me amedronta é aquela trilhada pelas pessoas que deixaram de acreditar em si mesmas. Tenho medo porque alguém assim, escolheu o vazio como sentença. Porque alguém assim, dificulta qualquer tentativa de aproximação. E finalmente, porque gente assim, contamina qualquer um, que se importe, com a frustração da impotência. Gostaria de poder ajudar. Mas, só conheço uma forma: Dizer que, apesar de tudo, eu ainda acredito....Que meu lado "astronauta" resiste bravamente ao cinismo e que, ao contrário do que pensa o agente Mulder, a verdade que importa, está aqui dentro.


David Bowie - 'Space Oddity' original video [1969] from Naga Shadow on Vimeo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Yeah!"

Oi, meu nome é Domênica, e confesso sem medo: Meu primeiro video game foi um Dynavision. Pois é...ter um desses, na época em que todo mundo tinha Atari, era um tanto “out”, mas como acontece até os dias de hoje, a noção de homogenêidade nunca foi bem uma meta. Dito isso, volto a confessar: eu adorava aquele video game. Controle, peça indispensável.

O tempo passou, a tecnologia evoluiu, ganhei outros interesses e deixei os jogos de lado...mas nunca...nunca abandonei aquela sensação de ser a menina “diferente” do Dynavision. Fui a menina judia do colégio católico. A menina “moleque” que se quebrava inteira brincando e que passava mais tempo com adultos que com crianças. A menina que confiava mais em meninos que em meninas. E sim...fui a garota que pintava o cabelo de cores “absurdas” como a Ramona Flowers do Scott Pilgrim.

 

Lembro disso, ainda sob o efeito do filme visto sexta, no cinema. Esqueça a melhor montagem “que será copiada exaustivamente” dos últimos tempos. Esqueça o texto ágil e as onomatopéias literais. Esqueça a ótima trilha indie, no melhor estilo “Phoebe Buffay”. Esqueça que o “baixo” pode ser o instrumento mais legal de uma banda e que o Michael Cera assinou, de vez, o contrato de simbolo de uma geração..Sabe o que sobra, então? O menino “diferente” do Dynavision...Alguém que já quis ser o “Ferris”, mas que não liga muito em ser comparado ao "Cameron". Alguém que joga querendo acertar, passando por todas as "fases". Alguém que se entrega porque sabe que conseguir "vidas" ou chances, não é pra qualquer um.

O “Scott” em mim, sabe que a adolescência não determina o período de descobertas de uma vida (e olha que a minha já passou, faz algum tempo). Sabe que tirando qualquer estética cult (e incrível!), o que sobra é essência e que ser feliz é acreditar que, apesar dos pesares, novos combos virão. Game on!

Fato: Até o final do ano, compro um video game ( e a trilha do filme e as HQs e o que mais aparecer...). Ok, eu tô empolgada :) 


Scott Pilgrim VS The World in one minute from scott hutcheson on Vimeo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

“You'd Better Change Your Way Today…”

Se você assistiu “All that Jazz” do Bob Fosse, deve lembrar bem dos cinco estágios da morte. São eles: Negação; Raiva; Barganha; Depressão e Aceitação. Se não viu, sabe como eu, que qualquer relacionamento humano memorável também passa por estas etapas. Sem esquecer que no segundo caso, a “atração” entra na conta e a ordem dos fatores altera e muito o produto.

Poucas coisas são tão reveladoras sobre o nosso comportamento, quanto o aprendizado da entrega e do lidar com o outro. Estar com quem quer que seja é, antes de tudo, um processo de auto-conhecimento. Existem os que impõem, os que se submetem, os que fingem...e há também os que simplesmente esperam, sabotam...e criam expectativas de respostas que jamais serão completamente satisfeitas porque só podem ser dadas por uma pessoa: Você. Um tanto esquizofrênico? É...
“O verdadeiro sentimento amoroso está naquele que consegue amar nos moldes do outro”. Ouvi esta frase há algum tempo, numa palestra sobre cabalá. É daquelas que você escuta, guarda, esquece e quando vê, precisa revisitar porque o contexto de vida mudou e é preciso relativizar as coisas...A frase “diz” que entrar no universo de alguém é saber diferenciar o que é necessidade do que é ego. O que é acertar do querer estar certo. E o que é arriscar ao invés de repetir modelos falidos. Ela ajuda a entender que ninguém pode ser uma equação matemática perfeita e que é justamente nisso que reside o caos e a maravilha de cada "parceria".
Não digo que é fácil. Não é. Para alguém assertiva como eu, exige serenidade quase constante, abnegação franciscana e um Obi-Wan como conselheiro fiel. Mas só em ter isso como meta, sinto minha alma se preencher da ideia de maturidade. Verdade seja dita: Já passei muitas vezes pelos estágios da morte. Cansei. Agora só me importa viver e deixar viver. E ponto.