quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“….I…I Will Begin Again…On New Year´s Day…”

Se você chegou a este 29 de dezembro, parabéns! O natal passou. As compras passaram. O stress do amor universal baixou e agora é só aguardar A “virada”. Dia 31 vem aí! Simpatias, bebedeiras, abraços em desconhecidos, promessas, fogos na Paulista, fogos em Copacabana e claro: Luan Santana, te dando o sol, o mar e meteóro da paixão...Mas não é só... 
O sujeito passa 365 dias reclamando da vida, mas naqueles dez segundos que antecedem o grande momento, nada é mais definitivo que a certeza de algumas coisas: Ao final de 2011, seremos ricos, bonitos, resolvidos, amados, felizes, saudáveis, e pra não perder o costume, otimistas inveterados.

É verdade, somos movidos a rituais. São eles que nos conferem identidade cultural, que simbolizam graus de maturidade, que perpetuam a história...mas acredito também que, como qualquer convenção que se preze, representam uma sistematização de sentimentos...E disso não gosto.

Não quero ver tudo com cinismo e formalidade, nem acabar com a festa. Muito pelo contrário. Quero mais. Quero amores que durem mais que um abraço superficial. Quero presentes maiores que seu valor monetário. Quero sentir perto, mesmo estando longe. Quero crescer sem fita métrica ou calendário...Acredito no "comemorar", gosto de ritos, só não me convenço quando tudo se resume a obrigação robótica e anual da felicidade com a exata duração de uma noite. É com as outras 364 que me preocupo. E é em nome delas que me coloco à disposição de 2011. Ready? 10, 9, 8, 7....
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

“A Gente Brinca...Na Nossa Velha Infância...”

De todos os brinquedos dos parques de infância, sempre tive paixão pela gangorra. Eu podia “literalmente” passar o dia subindo e descendo só pra  ver  o mundo ficar diferente a cada vez. E era divertido. Divertido porque envolvia dois. Porque exigia uma cumplicidade que não precisava de expressão...porque não buscava nada além de um meio e um fim. E eu? Bom, eu me contentava com aquilo...

Ao crescer, instintivamente passei a fugir das “gangorras”. Elas, graças as “chicotadas” do amadurecimento, passaram a significar instabilidade, descontrole e parte integrante do álbum de figurinhas “dominante e dominado”. Esqueci, por muito tempo, que existe também aquela hora da brincadeira em que as duas partes, de repente, param no meio e buscam o equilíbrio. Naqueles breves minutos, eu me sentia segura. E sim, eu era feliz com aquilo.  

Nos últimos tempos, meus pensamentos têm “brincado” muito mais de “gira-gira” que qualquer outra coisa. Rodam porque não querem achar a saída. Circulam, cada vez mais emaranhados, porque sabem que em certos momentos, o cansaço da busca faz com que até a dúvida seja mais confortante que o vazio.

O jogo é perigoso, eu sei...até porque desde criança nunca entrei em partida alguma com a intenção de perder. Jamais dei menos que 1000% em nenhuma delas e divido com vocês todo o orgulho e o medo que esse tipo de estratégia gera. A verdade é que tenho construído a vida ( ou sería o contrário?), de modo que, com alguma ajuda aqui, outra ali, minha “gangorra” se movimentasse como um instrumento "resolvido" e auto-suficiente. Vai ver que é isso que o "povo" chama de dignidade....

 Na boa, eu gostava mais do tempo em que eram necessários, pelo menos, dois.