segunda-feira, 13 de setembro de 2010

“The Hills are Alive with the Sound of Music…”

Se você não gosta de musicais, não leia esse post. Se acha cafona pensar em Fred Astaire, Gene Kelly, Audrey Hepburn, Julie Andrews ou numa trilha de Elmer Berstein para um filme como "West Side Story", não leia esse post. Não leia porque é uma declaração de amor. E declarações de amor só chegam ao destino quando compartilhadas. 
Não são poucos os que conheço, que têm um sério preconceito contra musicais. Normalmente, pelas mesmas razões pelas quais eu adoro. “Como assim, as pessoas começam a cantar e dançar do nada?” É assim, sim. Aceite! Rs. Não acredito em nada mais diegético que isso. É a possibilidade da aceitação do improvável, feita da maneira mais lúdica que existe.

Na humilde opinião desta que vos escreve, não há homenagem maior ao gênero que “Todos Dizem Eu te Amo”. Woody Allen conseguiu colocar Julia Roberts, Edward Norton e um elenco de primeira, pra cantar standarts da música americana, com arranjos incríveis, locações na Europa e tal, mas com uma afinação tipo...humm...a minha. 
Sinceridade? Seria trágico, se não fosse adorável... 
Enquanto o próprio "destruía" a linda “I´m through with love” com uma voz sofrível, numa “vergonha alheia” sem tamanho, ficava eu, com duas ideias na cabeça:
1.“Taí um cara que não tem medo do ridículo”.
2.”A música é tão bem amarrada, que eu chego a esquecer do absurdo dele, pra pensar no meu”.
Duas preciosas lições de vida. 
Serão essas as razões pra eu adorar essas obras? Quem sabe? Só sei que poucos têm coragem de se expor assim, no dia-a-dia. Não digo que você precise ser fanátivo por Bob Fosse, nem pular numa mesa como o Treat Williams em Hair” ,pra ser alguém verdadeiro. Nada disso. É só uma constatação do que uma obra cinematográfica pode fazer por nós.
Falo por mim quando digo que passei “melhor” pela experiência da perda vendo “All That Jazz”, que me apaixonei, de vez, por Bowie por conta de “Velvet Goldmine" e que descobri algo bem próximo da definição de amor com “Hedwig and The Angry Inch”


Cito alguns, mas são tantos...
Vai ver que eu gosto de musicais, porque são feitos em camadas. Existe a mensagem explícita, existe a brincadeira, e existe o subtexto que universaliza a maioria dos problemas. Gosto de musicais porque eles transformam a tristeza em algo efêmero. Porque subvertem a lógica sem medo. Porque dão leveza ao peso das coisas e se permitem  a uma doce e profunda ingenuidade. Amo,acima de tudo, a possibilidade do infinito: Porque? Pois dentro de um musical, qualquer ser pode absolutamente tudo. E alguém quer outra coisa desta existência? Eu não.

4 comentários:

  1. Às vezes fico imaginando como seria a vida num musical... E apesar de todo o ridículo, seria bem divertido vai... ADORO!!!!!

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  2. Glee é uma delícia. Podem falar que é modinha, que o roteiro tem furo, mas eu me divirto muito. É musical, né? Rs. Adorei sua presença aqui, Helen. Muita honrada!

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  3. Oi Domênica, parabéns pelo blog e pela coragem de declarar sua paixão por musicais. As pessoas costumam desprezar esse gênero que eu adoooro! Não tem coisa melhor do que assistir um filme que lhe deixa leve e dá vontade de sair saltitando por aí.
    Já estou lhe seguindo para acompanhar seus posts.
    Bjs

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