quarta-feira, 28 de julho de 2010

"Aaaaaaaatirei o Pau no Gato-to-to..."

Nos últimos tempos tenho prestado atenção ao riso de um modo curioso. Cada um tem um estilo de humor, é verdade. Há os que riem de um tropeção na calçada, outros de um governo mais interessado na copa 2014, que na cozinha 2010. Há os que gargalhem das piadas de um Chaves (do Hugo, também) ou mesmo do inabalável cinismo do Dr.House.

É engraçado perceber, que numa era de tantos cuidados com o futuro do planeta, a biodiversidade e suas sacolas retornáveis, ainda persista uma falsa preocupação no que diz respeito a moral institucionalizada. Tomo como exemplos os inúmeros comerciais de fraudas com elenco reduzido a cotas, o universo gay tratado de forma asséptica ou o fato da escalação da primeira protagonista negra do horário das oito ter chamado mais atenção que a trama em si.
É o “politicamente correto” da convivência pacífica. Uma boa forma de educar, muitos dizem, mas eu, que nem educadora sou, acredito que destacar a inserção do diferente só torna algo mais...diferente. Dizem que o tempo vai ajudar. Que em breve, todos se aceitarão como “iguais” e que essa “catequisação” forçada de valores não será mais necessária. Sei...
Não quero defender o riso a qualquer custo, doa a quem doer. Quem já assistiu a filmes do Kevin Smith, conhece sua metáfora recorrente sobre o racismo representado pelo lado negro da força em “Star Wars”. A mulher que vê “Polyester” do John Waters, consegue se identificar com sua protagonista interpretada por um travesti e sim, você pode rir, sem culpa, das maldades de Sue Silvester em Glee, mesmo sabendo que ela tem uma biografia chamada “I´m a winner and you are fat”.   
Confesso, que não acho “Ratinho” divertido, não gosto de videocassetada e não assisto “Pânico”. Não porque me sobre requinte, mas porque assim como as liberdades precisam ser respeitadas, acredito que a capacidade de discernimento também. Talvez seja isso, que precise ser realmente institucionalizado. 

Agora, se nem isso adiantar...Let´s "kick some Assssesssss!!" 

3 comentários:

  1. O mais "engraçado" nessa história pra mim é pensar nos guetos. A BOATE gay, A PASSEATA negra, a PARADA gay, a CONFERÊNCIA negra... Democracia? Balela! Tentativas que tem, como pano de fundo, o objetivo de criar espaços de separação de uma espécie de "vergonha social". Enquanto não existir simplesmente a "boate" onde todos são bem-vindos, com suas diferenças, raças, gostos sexuais... estamos longe do "sorriso sincero". Enquanto o negro for visto como cliente da dívida social e não como um ser dotado de todas as capacidades em pé de igualdade... tmb estaremos com o tal "sorriso amarelo" da falsa igualdade.

    Já que estamos falando de espaços sinceros de inclusão, queria lembrar que em 1996 (14 anos antes que a Globo), a Rede Manchete exibia em horário nobre a novela "Xica da Silva", com Taís Araújo, por esse trabalho sim, a primeira protagonista negra em horário nobre da TV. Sem alarde, sem precisar dizer isso...

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  2. Tenho dificuldade com qualquer tipo de humor também... e curiosamente, só estou metida em comédia! hahahaha... Minha cara!!!

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  3. e por favor: o que as pessoas acham bom no ratinho??? e como assim pânico??? socorro!!!!!!!!!!!!!!!!! mas confesso: amo house e sou gargalhadas com friends! meus vizinhos que o digam... rs.

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