terça-feira, 26 de julho de 2011

"Tender is the Day...The Demons Go Away"

“Estou mais inocente agora do que quando tinha vinte e poucos anos”. Com esta frase Damon Albarn, líder do “Blur” ( do “Gorillaz” e do “The Good, the Bad and the Queen” e de qualquer coisa legal que venha a acontecer na música pop nos próximos anos) resume sua jornada pela maior crise da banda no documentário “No Distance Left to Run”. Desafio qualquer ser humano a assistir a esta apresentação de “Tender” e não colocar um sorriso de cumplicidade no rosto ao reconhecer alguém que foi ao seu “inferno” e voltou pra contar.

Blur - Tender (Glastonbury '09) from Manny on Vimeo.

O “inferno” não são os outros, nem pode ser mensurado por mim ou por você. “Inferno” é pessoal, muitas vezes compartilhado e intransferível. É como diz o ditado: Desce quem “quer”, volta quem tem juízo. Damon não morreu aos 27. Não entrou para a tal galeria de mitos trágicos e é bem provável que não tenha milhões de camisetas estampando seu rosto daqui a cem anos. Damon não é Amy, e por isso mesmo, chegou até aqui .

No último sábado, pouco antes de saber da morte da cantora, assisti ao documentário. E, coisas da vida,  a frase que já havia me marcado, ganhou um significado ainda mais profundo.
A superação, seja em que nível for é sempre estimulante, venha ela do sobrevivente de um desastre, do trabalhador que se mantem honesto ganhando pouco ou de alguém que é referência para tantos.
Ícones são perpétuos porque fazem “mestrado” em fundo do poço, porque chegam onde ninguém (sensato) gostaria de ir e porque expõem o que tantos querem ver, mas ninguém quer sentir. Entre ser mito e ser “só” o cara legal que tem uma banda de brit-pop, prefiro o segundo. E diante da opção tomada, sigo esperando que, mesmo diante de mortes precoces anunciadas  e tragédias como a da Noruega, ainda tenhamos forças pra chegar lá na frente "mais inocentes que aos vinte e poucos anos". "Come on, Come on, Come on...Get Through It..."

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