É engraçado perceber, que numa era de tantos cuidados com o futuro do planeta, a biodiversidade e suas sacolas retornáveis, ainda persista uma falsa preocupação no que diz respeito a moral institucionalizada. Tomo como exemplos os inúmeros comerciais de fraudas com elenco reduzido a cotas, o universo gay tratado de forma asséptica ou o fato da escalação da primeira protagonista negra do horário das oito ter chamado mais atenção que a trama em si.

É o “politicamente correto” da convivência pacífica. Uma boa forma de educar, muitos dizem, mas eu, que nem educadora sou, acredito que destacar a inserção do diferente só torna algo mais...diferente. Dizem que o tempo vai ajudar. Que em breve, todos se aceitarão como “iguais” e que essa “catequisação” forçada de valores não será mais necessária. Sei...
Não quero defender o riso a qualquer custo, doa a quem doer. Quem já assistiu a filmes do Kevin Smith, conhece sua metáfora recorrente sobre o racismo representado pelo lado negro da força em “Star Wars”. A mulher que vê “Polyester” do John Waters, consegue se identificar com sua protagonista interpretada por um travesti e sim, você pode rir, sem culpa, das maldades de Sue Silvester em Glee, mesmo sabendo que ela tem uma biografia chamada “I´m a winner and you are fat”.
Confesso, que não acho “Ratinho” divertido, não gosto de videocassetada e não assisto “Pânico”. Não porque me sobre requinte, mas porque assim como as liberdades precisam ser respeitadas, acredito que a capacidade de discernimento também. Talvez seja isso, que precise ser realmente institucionalizado.
